A sair de Cuba

Pela primeira vez em 11 dias sinto-me com tempo. Não aquele tempo a que nos habituámos a chamar tempo, mas aquele que nos habita por baixo da pele. Que só é possível se quisermos que aconteça.
Agora sim. Sinto-me a começar. E Cuba é, sem querer, um segredo meu.
Imaginava-me uma pessoa informada. Sabia do Fidel, do Che, do embargo, da Revolução, das datas, do regime político, do racionamento. Que me pediriam roupa, canetas, sabão… Conheço-me. Sabia que Cuba me impressionaria. Afinal…
Não. Sabia. Nada. E talvez por isso o silêncio.
Sinto um orgulho enorme em ter estado em Cuba. Em ter partilhado os dias com o Bernardo, a Lola, o Ascânio, o David. Pessoas que nos ajudaram a ver o lado de dentro do mundo.
Ainda bem que temos um Blogue. Ainda bem que o Luís me convidou para contar histórias do mundo no Miniscente, sem qualquer regra ou obrigação. Ainda bem que somos dois. Ainda bem que estou aqui.

Texto: Clara Faria Piçarra

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